Por Isabela Santana

Na última terça-feira (5), alguns empresários, comerciantes e lojistas dos bairros Buritis, Palmeiras e região Oeste de Belo Horizonte, se reuniram em manifestação a favor da flexibilização da abertura do comércio na capital durante a pandemia de COVID19 . Eles usaram máscaras e respeitaram os 2 metros de distância entre si durante o ato.

O encontro para o abraço simbólico no comércio aconteceu na Avenida Professor Mário Werneck, no Buritis. Os comerciantes pedem a reabertura consciente do comércio, seguindo regras de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, com toda a responsabilidade que o momento da pandemia exige no que diz respeito à saúde e às novas regras de convivência. Já são mais de 40 dias com o comércio fechado, desde o Decreto nº 17.304/2020. 

Após o abraço simbólico, os manifestantes circularam em carreata pelas ruas do bairro. Dentro dos carros, comerciantes buzinavam e gritavam reivindicando a reabertura consciente do comércio e o isolamento vertical, ou seja, o isolamento apenas de pessoas pertencentes aos grupos de risco. 

José Raimundo França, proprietário de uma casa lotérica no Buritis, acredita que a reabertura do comércio é necessária: 

“A minha visão como pequeno empresário é de que se não reabrimos o nosso comércio imediatamente, de forma responsável, será o fim não só das pequenas empresas. Não havendo giro no comércio, vira um efeito dominó, sem vendas os nossos fornecedores também param e, então, vem o desemprego em massa, como já está acontecendo no momento. Acho que já passou da hora dos governantes de Minas Gerais viabilizarem a abertura do comércio de um modo em geral, seguindo as recomendações da OMS.”

O CENÁRIO ECONÔMICO 

A economia é um setor que tem preocupado muito a população. Durante o distanciamento social em Belo Horizonte, apenas serviços essenciais estão autorizados a funcionar, como hospitais, supermercados, hipermercados, padarias, farmácias, sacolões, mercearias, hortifrútis, armazéns, açougues e postos de combustível. De acordo com levantamento divulgado nesta segunda-feira (11), pelo Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana (SEC), estima-se que entre 20 e 30 mil trabalhadores do comércio já tenham sido demitidos desde março na capital, quando iniciaram o fechamento de lojas. 

Bruno Magalhães, cabeleireiro e maquiador, é um dos moradores do Buritis que acredita no resultado positivo do isolamento social.

“Há empresários burlando o fechamento, abrindo a meia porta, saindo das medidas de serviços essenciais, então, surge a pergunta se estamos realmente prontos para seguirmos regras. Vamos mais uma vez de uma matemática básica em que um contaminado pode contaminar até 5 pessoas e que nem sempre a pessoa contaminada apresenta sintomas,. O Buritis é um bairro muito misto, temos muitas crianças, adultos e idosos. Abrir o comércio nesse momento significa levar o vírus para dentro de nossas casas, um familiar seu pode vir a óbito. Quando colocamos nesse contexto acredito que é melhor protegermos as nossas famílias. Além disso, sabemos que a pressão econômica conta, mas também sabemos que não serão os empresários que estarão trabalhando e, sim, os seus funcionários.”

Lojistas usaram máscaras e expuseram cartazes. (Foto: Braulio Lara)

PREFEITO PROJETA RETORNO EM 25 DE MAIO  

Nesta segunda-feira (11), Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, afirmou que a previsão de reabertura do comércio em Belo Horizonte está para o dia 25 de maio. Contudo, essa data só será correspondida caso seja respeitado efetivamente o isolamento social e o uso de máscaras nas ruas. 

Kalil também anunciou que serão estabelecidas 13 barreiras sanitárias a partir da próxima semana na capital. Sendo assim, os servidores da Secretaria Municipal de Saúde, agentes da BHTrans e Polícia Militar estarão responsáveis por verificar as condições de saúde dos motoristas que transitarem pelas entradas da cidade. A recomendação dada pelo prefeito é de que as pessoas continuem no isolamento em casa. Kalil também afirmou que ainda não descartou a possibilidade de lockdown.

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