Por Virgínia Pedrosa

Com o fim do período chuvoso e a chegada do tempo seco, é recomendado tomar medidas de precaução para auxiliar a saúde de seres humanos e animais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível ideal da umidade do ar deve ser superior a 70%, mas, nesta semana, o maior indicador é de 67%, abaixo do esperado. Além do uso de umidificadores e hidratação recorrente, quais outras medidas devemos ter com a saúde de nossos animaizinhos?

O Daqui BH conversou com o médico veterinário, Lucas Silvino, e trouxe explicações, dicas e cuidados que devemos ter para auxiliar no bem estar de nossos pets.

O que são essas doenças respiratórias?

Lucas Silvino – São doenças que afetam o trato respiratório do animal. A transmissão, em sua maioria, ocorre pelo ar. Vírus e bactérias consistem nos agentes etiológicos mais comuns. Cães e gatos também sofrem com alergia e a falta de ar, este último sendo mais comum em animais que possuem focinhos achatados, como cães da raça Pug e gatos Persas.

Quais são as doenças respiratórias mais comuns?

Lucas Silvino – Em cães, a doença infecciosa mais comum é a traqueíte infecciosa canina, também conhecida como tosse dos canis. Esta, muitas vezes, é autolimitante, assim como a gripe do humanos, porém, em alguns casos, pode levar a quadros de broncopneumonia, que são graves.

Já em gatos, podemos citar:  rinotraqueíte, clamidiose e calicivirose felina, que juntas podem ocasionar o complexo respiratório felino, sendo essa uma doença grave, especialmente em filhotes e animais imunossuprimidos. A asma felina também configura como doença comum nos gatos, e pode agravar-se no tempo seco devido à baixa umidade e falta de circulação de ar.


Quais os sintomas?

Lucas Silvino – Cães: tosse, inapetência, dispneia (respiração irregular, algumas vezes acompanhada de falta de ar), prostração e febre. O sinal clínico mais característico da traqueíte infeccionada é a tosse seca, que se assemelha a engasgos constantes.

Lucas Silvino – Em gatos as doenças transmissíveis citadas podem causar: taquipnéia, respiração dificultosa (em algumas vezes, o gatinho pode respirar até com a boca aberta, o que é um sinal extremo de alerta), espirros, secreção ocular e nasal, machucados profundos na língua e gengiva, febre, inapetência, perda de peso e prostração.


Como podemos nos precaver?

Lucas Silvino – Mantendo o ambiente sempre limpo, arejado e umidificado, evitando aglomerações e ambientes fechados, algumas dessas doenças podem ser prevenidas por vacinas, ajudando o sistema imunológico a sempre deixar nossos pets saudáveis e felizes.


Existe tratamento?

Lucas Silvino – Sim, o melhor tratamento é a prevenção. Levando seu bichinho periodicamente ao veterinário e fazendo exames de rotina. Algumas doenças são tratadas via medicamentos, mas devem sempre ser prescritos por especialistas.

Dicas para o calor:

Lucas Silvino – A alimentação está extremamente ligada à saúde dos seres vivos. Em tempos secos e de calor, opte por uma alimentação mais fresca e saudável, como picolés de frutas (confira com o veterinário os alimentos benéficos para seu amigo) e rações úmidas. Lembre-se também de ofertar sempre água fresca e abundante. Mantenha o ar fresco e umedecido, nunca deixe de prestar atenção nos sinais físicos de mal-estar do seu animalzinho.

Dicas durante o passeio:

Lucas Silvino – Leve bastante água durante os passeios. Opte pelas caminhadas no começo da manhã, final da tarde ou noite (quando já não está tão quente). Tente, também, diminuir o tempo de exercício caso ainda esteja calor e seco.