Por Iris Aguiar

Depois das despesas do fim de ano e de pagar os impostos,  também chega o momento de pensar nos materiais escolares.  Essa é  uma despesa que faz parte do início de ano daqueles que precisam de renovação  para o novo ano letivo.

Sair para as compras de materiais escolares  no início do ano é rotina para a maioria dos pais e/ou responsáveis de crianças e adolescentes.  Tais alunos(as) demandam diversos artigos de escritório e de papelaria para começar o ano letivo, com itens variando desde lápis a pacotes de folha de ofício.

Com tantos gastos, é preciso ficar esperto para conseguir economizar em meio a alta dos preços. Além disso, pais e responsáveis devem ficar atentos com as listas de materiais escolares para não serem cobrados abusivamente.

E o preço? 

A alta dos preços dos materiais escolares, segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), pode chegar a 30%. O presidente executivo da associação,Sidnei Bergamaschi,  afirma que os preços podem ter aumentos de 15% a 30%.

A ABFIAE explica que os fabricantes, as indústrias e os importadores estão sofrendo com o aumento no preço de diversas matérias-primas,  como papel, papelão, plástico, químicos e embalagem. Os produtos importados, além de sofrerem impactos com a variação do dólar no Brasil,  também são atingidos pelos aumentos de custos na Ásia e pela elevação dos preços de fretes internacionais.

Outros fatores também são pontuados como os principais motivos do aumento dos preços dos materiais em 2022, dentre eles a inflação pela qual passa o Brasil, com valores que subiram 0,73% em dezembro e fecharam 2021 com alta de 10,06%, em relação a 2020, de acordo com dados do IBGE. O encarecimento dos combustíveis também é outro fator que impacta nos custos de transporte das mercadorias, sendo traduzido no aumento dos valores dos artigos escolares.

A mãe do Pedro, de 9 anos, Ester Soares, que mora no Buritis, conta que percebeu um aumento significativo nos preços dos materiais escolares este ano. Para economizar, ela dá a dica:

“Não compro tudo no início do ano. Tem coisas que prefiro comprar quando for usar, pois já aconteceu de ter material que não foi usado. Então, deixo para comprar depois. O preço agora costuma ser maior devido à lei de oferta e procura”, explica Ester.

 A escola do Pedro, que também está no Buritis, pede a lista de material coletivo, os pais podem escolher entre pagar o valor ou comprar os materiais. Mas Ester explica que ela prefere comprar e não pagar a escola. Essas listas são comumente pedidas em escolas privadas e pedem materiais de uso coletivo para estudantes.         

Os pais também devem ficar atentos aos pedidos dessas listas de materiais exigidos pelas escolas. O Procon-BH alerta que nem tudo pode ser pedido na lista de material escolar. 

As instituições de ensino não podem solicitar itens que não são escolares, genéricos, e que não façam parte da execução do plano pedagógico, como materiais de escritório, de ornamentação da escola, de higiene e limpeza, ou de uso coletivo”, afirma em nota enviada ao Jornal DaquiBH.

O órgão afirma que esses itens devem estar previstos nos custos já embutidos no valor da mensalidade e, se aparecerem na lista itens de uso comum, o consumidor deve questionar à escola a cobrança deste tipo de material. 

“Também é proibido à instituição de ensino exigir e definir a marca dos itens da lista, e condicionar a compra dos materiais a determinado estabelecimento, à loja específica, salvo uniforme e materiais didáticos próprios da escola”, explica.

O Procon-BH  explica que os consumidores sempre devem ter a liberdade de pesquisar e comparar os preços, comprar os materiais que escolher, e na loja onde melhor se adequar sua capacidade financeira.

“Vale ressaltar que é prática abusiva qualquer negativa de efetivação de matrícula ou imposição de qualquer sanção em razão da recusa de entrega de material escolar” , reafirma o órgão..

Dicas para economizar

Com todos os aumentos nos preços e a necessidade de compra de materiais escolares, separamos algumas dicas para quem  ainda vai fazer as compras. Veja abaixo:

  • Pesquisa de preços: É importante pesquisar os preços entre as lojas, pois podem existir diferenças significativas entre os valores de  um estabelecimento e   o outro;
  • Compras no atacado: Juntar alguns pais e fazer compras no atacado pode ser uma boa alternativa para economizar;
  • Compre primeiro o que você precisa: Compre primeiro o que é uma necessidade imediata e deixe para comprar outros materiais ao longo do ano, quando os preços já estiverem mais baixos;
  • Reutilize: Reutilize aquele material antigo que está guardado. Para utilizar lápis que estão velhos basta uma boa limpeza com álcool.Cadernos pouco utilizados no ano anterior podem ficar novos se você tirar as páginas usadas;
  • Organizar feira de trocas: Organizar uma feira de trocas é mais complicado e talvez esta seja uma dica para o próximo ano. A feira consiste em reunir pais para fazer trocas de materiais, como livros, cadernos, lápis, borrachas e outros artigos que estejam em bom estado. Assim, você tem o que precisa e já ajuda outros pais;
  • Confirmar procedência do site: Verifique, antes de comprar online, se o site utilizado é confiável e se existe reclamações sobre entrega e qualidade dos produtos no reclame aqui;
  • Evitar a moda: Cadernos, livros e mochilas que estão na moda tem um preço mais elevado que materiais comuns.