Por Lincol Moreira e Rebeca Nicholls

Ao andar pelas ruas do bairro Buritis, é comum encontrar postes com excesso de fios rompidos ou amontoados. Além de gerar poluição visual, constantemente, esses cabos são alvos de furtos, aumentando ainda mais a sensação de insegurança da população.  Na busca por solução, foi realizada uma audiência pública na última quarta-feira (05 de abril) com a intenção de estruturar ações que cumpram as diretrizes do Projeto de Lei (PL) 137/21, que adiciona novas orientações dentro do Código de Postura do Município de Belo Horizonte. Além do vereador e autor do projeto, Braulio Lara (NOVO), estiveram reunidos representantes de operadoras, da CEMIG, da TELECOM e da Prefeitura de Belo Horizonte.

O Projeto de Lei obriga as empresas privadas responsáveis a removerem cabos e fios que estão em desuso, considerando como prioridade cabos partidos. Além disso, dá direito a pessoas físicas e jurídicas de solicitarem a retirada dos fios por meio dos canais de comunicação das empresas. Em caso de não cumprimento imposto na lei, inclusive, a responsável será enquadrada como infração grave e cabível de multa diária.

Foto: Câmara de vereadores de Belo Horizonte
Audiência da Comissão de Administração Pública

Longe de ser um problema exclusivo do bairro Buritis, esses transtornos prejudicam a vida dos moradores de Belo Horizonte como um todo.  Quando rompidos os cabos de energia, por exemplo, é comum gerar desconforto na população pela falta de fornecimento do serviço. Além disso, quando danificados e expostos nos passeios, podem conter descargas elétricas que colocam em risco os pedestres, que muitas das vezes, desconhecem o problema ao transitar no local.

Em entrevista ao Jornal Daqui, a moradora do bairro Buritis, Ana Moreira, destaca que o risco de acidente é preocupação com o acúmulo de cabos caídos.

“Eu acho que essa situação é uma bagunça, algumas pessoas tentam roubar os fios. O restante que não valem e não prestam para eles e deixam tudo bagunçado. O que dificulta bastante a nossa vida, pois as pessoas podem passar e sofrer algum acidente.” 

Também moradora do bairro, Lorena Santos, pensa que a solução seria instalar uma estrutura subterrânea. Para ela, isso contribuiria para uma menor poluição visual.

“Diretamente é a poluição visual, poderíamos estar vendo uma paisagem natural, uma obra de arte em um mural ou coisa do gênero, e fica aquele ‘troço’ emaranhado e não é interessante. É mais interessante instalar os fios de forma subterrânea.” 

Ela também salienta que, por ser mulher, andar pelas ruas do bairro se torna ainda mais complicado diante dessa sensação de insegurança gerado pelo problema.

“Acho a situação deplorável, porque chama a criminalidade. É uma fonte de renda barata para quem é usuário de drogas. Os fios ‘ficarem’ expostos e jogados na rua atrapalha a vida do cidadão sim. Porque, eu como mulher e alvo da criminalidade, assim como todo cidadão de Belo Horizonte quero que a criminalidade diminua e uma das formas seria evitar essa questão do fio exposto.” 

Ao ser procurada pelo Jornal DAQUI, a CEMIG ressalta estar atenta a possíveis situações de risco e orienta a população que, ao encontrar fios repartidos, entre em contato com a empresa através do telefone 116.