Por Ana Maria Rocha

Desde o início deste ano, as chuvas têm atingido todo o estado de Minas Gerais e a capital, Belo Horizonte, continua na reta.  Nos seis primeiros dias de 2021, choveu, no município, o que era esperado para todo o mês de janeiro, e isso surpreendeu meteorologistas. Segundo a Defesa Civil de Belo Horizonte, a região Centro- Sul foi a mais atingida, onde choveu cerca de 50,2 milímetros.

Embora o início do ano tenha levantado sinais preocupantes, em 2020 a situação foi ainda mais caótica. Segundo os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em janeiro de 2020 choveu cerca de 934,7 mm e em janeiro desse ano 2021, ao todo, choveu cerca de 309,9 mm. A média histórica desse mês gira em torno de 329,1 mm. Em 2021, Belo Horizonte ficou abaixo do valor de referência.

No mês de fevereiro de 2020, o índice pluviométrico registrou chuvas em torno de 392,0 mm, já no mês de fevereiro de 2021, com o índice calculado do dia 1 ao dia 22, pela manhã, as chuvas marcaram 383,2 mm, ultrapassando a média histórica do mês de fevereiro de 181,4mm.

REGIÃO OESTE É UMA DAS MAIS ATINGIDAS  

No início do mês de fevereiro, a Defesa Civil emitiu alerta sobre frente fria que estava por vir acompanhada de temporais com granizo, tornados, vendavais, raios e chuvas torrenciais. Entre os dias 6 e 8 de fevereiro, choveu cerca de 234,6 mm só na região Centro-Sul. Com esse alto índice de chuva, pessoas que moram em áreas de risco tiveram que deixar as suas casas por causa de possíveis desabamentos ou deslizamento de terra.

Um dos lugares mais atingidos pela chuva, em Belo Horizonte, no ano de 2021, foi a Avenida Teresa Cristina, na Região Oeste da cidade, o que ocasionou a necessidade de limpeza e a retirada das placas de asfalto. Em 2020, o mesmo aconteceu devido às fortes chuvas nos meses de janeiro e fevereiro.

Flávio Moreno, morador do bairro Salgado Filho e participante da Frente de Resistência Oeste, relata que os problemas decorrentes das chuvas, na Avenida Teresa Cristina, acontecem desde o ano de 2009. No Morro das Pedras, Flávio observa que as tragédias acontecem desde sempre, mas com o programa Vila Vivo, diversas famílias foram removidas da área de risco.

“Na região do bairro Betânia, houve uma grande mobilização da comunidade, com o impacto visual da tragédia. A Frente de Resistência Oeste participou da organização popular para exigir atendimento do Estado. Os bairros mais afetados da Região Oeste são Betânia, Havaí, Marajó, Buritis”, explica.

Moradora do bairro Primeiro de Maio há mais de 30 anos, Núbia Pereira relata que as chuvas não causam impactos apenas materiais, mas também psicológicos.

“As pessoas sofrem com esse impacto todos os anos. Algumas casas não têm mais condições de moradia. Vai muito além daquilo que a gente costuma enxergar”, lamenta Núbia.

Para ela, a mobilização dos moradores é essencial, embora seja pouco ao perceber todas as famílias afetadas. “Algumas perderam tudo o que tinham”, reforça.

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