Por Vitória Ohana

Natal, Ano Novo e férias de fim de ano. Lojistas de todo país aguardam tais datas comemorativas para alavancar as vendas e atrair consumidores em diversos setores. Porém, contrariando as expectativas, vendedores apontam queda no consumo em relação aos anos anteriores. Para contornar a situação, faixas chamativas tentam seduzir os consumidores por meio de promoções e liquidações pós festas em várias lojas do bairro Buritis.

Expectativa x realidade  

Antes do período de festas, uma pesquisa realizada pela instituição Fecomércio MG apontou que 66,6% dos brasileiros pretendiam presentear amigos e familiares neste Natal. A taxa foi a maior desde o ano de 2014. O economista da Federação, Guilherme Dias, avaliou, na época da pesquisa, que o alto número poderia ser explicado pelo otimismo dos consumidores em relação à economia. Os dados oficiais das vendas do mês de dezembro serão divulgados somente em fevereiro, informou a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, a CDL/BH.

Em contrapartida, comerciantes avaliam que as vendas foram mais baixas do que o esperado: “ficamos abaixo do que a gente vendeu ano passado. Agora em janeiro estamos com essa promoção de leve 5 e pague 4. Melhorou, porque foi o gatilho para recuperarmos o que ficamos devendo em dezembro. A gente ganha no volume, agrega produtos e o cliente não paga o menor valor. Isso tem dado certo esse mês”, ressalta Valéria Marinho, gerente da Outlet Lingerie, localizada na Av. Prof. Mário Werneck.

Silvânia de Araújo, economista e professora do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH), explica que as baixas taxas de vendas podem ser explicadas devido ao ano conturbado vivido pelos brasileiros na política. “O ano de 2018 foi caracterizado por insegurança política, o que acabou refletindo no comportamento. Além disso, a alta taxa de desemprego leva as pessoas a terem um comportamento mais cauteloso, o que refletiu nas vendas de Natal”, acentua.

Vendas em janeiro

Enquanto isso, descontos na forma de pagamento, peças remarcadas e o mês inteiro de liquidações são algumas estratégias usadas para vender as peças remanescentes do estoque. Luciana Hernandez, gerente da Pink Biju do bairro Buritis, explica os mecanismos da loja para vender mais neste início de ano: “hoje nossa loja conta com várias promoções, temos promoções de até 30% [de desconto] e também a promoção em que a cliente, levando duas peças, ganha a terceira. Isso tudo para ser um atrativo e chamar a clientela em janeiro”.

Elvia Notini, (64), aposentada, comentou que aproveita o começo de ano para comprar com preços mais baixos, já que após o período de festas os consumidores tendem a estar com menos dinheiro e as lojas optarem por promoções. Elvia acredita que as compras de início de ano compensam o custo-benefício. “Por exemplo, eu fui em uma loja agora e comprei alguns produtos com preços bem razoáveis”, comemora.