Artesanato, no parque Aggeo Pio Sobrinho, reúne moradores e artistas, com o objetivo de valorizar os artesãos da região e o comércio de pequenos produtores.

Por Warley Carvalho

 

Uma professora aposentada cheia de ideias não se limitou a sonhar e partiu para a ação.

Para melhorar a qualidade de vida dos moradores do bairro, Desirée Guimarães teve a ideia de ocupar o espaço público com aquilo que sabe fazer de melhor: artesanato.

Isso foi em 2015. Hoje, a feira atrai cerca de trezentas pessoas por edição, sempre aos sábados, das 8h às 14h.

Porém, momentos complicados marcaram o primeiro ano de existência desse projeto, como lembra a organizadora.

Um desses momentos foi o desafio de elaborar uma proposta que reunisse os moradores e os artesãos locais. “No início, a feira foi pensada por e para mulheres como uma forma de juntar terapia e artesanato”, conta Desirée.

Neste começo, quatro pessoas eram responsáveis por organizar e montar os locais de exposição. “Tivemos a ousadia de ir para a rua. Na Av. Mário Werneck, tinha um prédio em construção, com uma marquise grande, e nós conseguimos autorização do proprietário para ficar lá”.

Foto: William Araújo

Bonecos do Bem

Para executar o projeto, Desirée contou com os amigos, que além de apoiá-la deram espaço para que, em outubro de 2014, acontecesse a campanha “Bonecos do Bem”.

A campanha teve o intuito de confeccionar bonecos de pano e doar para um Centro de Referência da Assistência Social – CRAS. Logo depois, Desirée procurou a Paróquia de Santa Clara para participar, de forma voluntária, o grupo de mulheres que confeccionam enxovais infantis para doações – o atual “Projeto Clarear”.

Ao perceber nessas experiências oportunidades para ampliar seu trabalho com artesanato, Desirée convidou outras mulheres para ajudá-la na criação da Feira de Artesanato do Buritis, em março de 2015. Desde então, a mostra de artesanato tem a proposta de se tornar anual.

Foto: William Araújo

Buritis Faz Arte

Entre conversas com a associação de moradores do bairro, a Prefeitura e a Fundação de Parques, na busca por apoio e liberação de acesso ao parque Municipal Aggeo Pio Sobrinho, a artesã conseguiu mobilizar artistas para a primeira exposição. “Nosso projeto é bem ousado, porque temos como objetivo resgatar os artistas e artesãos locais. Queremos uma feira legal, que seja um ponto turístico no bairro”, diz a organizadora.

Foto: William Araújo

A feira de Artesanato, que hoje recebe o nome de “Buritis Faz Arte”, começou com o convite boca a boca. Na última edição, contou com trinta e cinco expositores. Vinte e cinco são artesãos e dez são voltados para a gastronomia. “A meta é que, na próxima edição, dia 7 de maio, tenhamos quarenta vagas”, planeja Desirée.

A escolha de realizar o evento dentro do parque, foi estratégica. “Queremos explorar os espaços públicos, que são do povo. No parque, tem outras coisas, os pais passeando com as crianças, entre atividades físicas, que poderiam agregar à nossa feira”, conta a artesã.

Para seguir um clima legal e harmonioso, que combine com o parque, não são permitidas barracas. Cada expositor tem direito a uma mesa forrada com toalha branca, característica marcante da feira. “Se chover, não tem feira! São Pedro é quem determina se vai ter feira ou não”, Desirée conta, sorrindo.

Foto: William Araújo

Cada artesão é responsável pelos seus produtos no dia da feira. Pouco antes do evento, se reúnem duas ou três vezes para acertar os últimos detalhes. “É uma loucura em época de exposição. É muita agitação para conseguir que a feira aconteça”, diz a organizadora.

Além disso, o grupo no WhatsApp é fundamental para manter todos a par das mudanças de última hora.

Desirée sonha alto e tem a intenção de montar uma agenda itinerante para a feira. A pretensão é de fechar ruas, realizar eventos de lazer com a participação de vários equipamentos, como cama elástica e piscina de bolinhas. “As pessoas me agradecem pela possibilidade de mostrar o trabalho delas e de estar com outras pessoas. É uma oportunidade de apoiar e conviver uns com os outros”, afirma Desirée.

Foto: Warley Carvalho

O que pode ser encontrado na feira?

 

Gastronomia

  • Roscas caseiras

  • Bolo no pote

  • Sanduíches e sucos naturais

  • Chup Chup gourmet

  • Torta salgada

  • Pão de mel

  • Alimentos sem glúten

  • Geleias

 

Artesanato

  • Bonecas

  • Roupas

  • Acessórios de cozinha

  • Acessórios de cabelo

  • Sabonetes

  • Artigos de decoração

 

Você é morador do bairro, ou de alguma forma está em atividade na região e gostaria de participar da feira?

Entre em contato com Desirée Guimarães.

Tel.: (31) 9 9302-1035