Verão traz novos riscos aos pets

Por Luciano Neto

 

Verão, época boa para curtir uma praia, piscina, cachoeira ou, para quem gosta, uma roça, acompanhados de nossos fiéis companheiros, os pets. Também é a época em que mais nos preocupamos com a quantidade de insetos, principalmente os “mosquitos da dengue”.

Por conta do calor e da umidade, a reprodução desses insetos é maior que o normal. Segundo o Ministério da Saúde, em janeiro de 2019 houve um aumento de 149% nos casos de dengue, com relação ao mesmo período de 2018 – os casos prováveis saltaram de 21.992 para 54.777.

No último dia 15 de janeiro, o Ministério da Saúde anunciou alertas nas regiões Sul e Sudeste sobre a epidemia de Febre Amarela, devido à confirmação de 38 mortes de macacos (epizootia) nos estados do Paraná (34), São Paulo (3) e Santa Catarina (1). No total, 1.087 notificações de mortes suspeitas de macacos foram registradas no país. Os dados são do último boletim epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde, que apresenta o monitoramento da doença de julho de 2019 a 8 de janeiro deste ano.

Muitos insetos também apresentam riscos para os pets, pois, são vetores de diversas doenças sazonais.

ANIMAIS DOMÉSTICOS

A médica veterinária e coordenadora do curso de Medicina Veterinária do UniBH, Prhiscylla Sadana Pires, ressalta que é muito comum mantermos o foco de nossa atenção à dengue, febre amarela, mas quando se trata dos nossos companheiros de patas, temos outras preocupações.

“Alguns dos insetos (pulgas, carrapatos e mosquitos) com os quais convivemos causam doenças graves para os animais: leishmaniose, erliquiose, dirofilariose, babesiose, entre outras. Para prevenir a ocorrência dessas doenças, é imprescindível controlar e evitar que nossos animais tenham contato com eles”.

A professora também lembra algumas formas de evitar a entrada de insetos em nossas casas. Por exemplo: colocando telas contra insetos nas janelas e, caso não seja possível, usar inseticida nos cantos, até mesmo plantas (citronela). “Em caso de infestações, como pulgas e carrapatos, é necessário procurar um veterinário para que ele indique também a utilização de remédios que, nesse caso, necessitam de avaliação individual. A limpeza do ambiente, com retirada de lixo e água estagnada, também é uma importante ferramenta de controle desses vetores”, destaca a professora.

PESQUISA REVELA NOVO TRANSMISSOR PARA A “DOENÇA DO CARRAPATO”

Uma pesquisa publicada em 2019, pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), revelou que a erliquiose, conhecida como “doença do carrapato”, agora também é transmitida por meio de mosquitos. O estudo foi realizado nas cidades de Andradina e Ilha Solteira, ambas na região noroeste do Estado de São Paulo.

Foram instaladas armadilhas para os mosquitos no ambiente interno e externo de duas associações protetoras dos animais. Formou-se um total de sete grupos de mosquitos a partir de sua espécie e local de origem (os mosquitos foram eliminados posteriormente em uma solução química). Dos sete grupos analisados, 100% foi positivo para o vírus de transmissão de Erliquia e 43% positivo para o vírus que transmite Anaplasma. Ambos os vírus eram transmitidos por carrapatos e, agora, podem ser transmitidos através de mosquitos para humanos e animais.

Segundo o CFMV, “este é o primeiro relato da infecção natural de culicídeos (mosquitos) por Ehrlichia spp (doença do carrapato). E, frente a estes achados, far-se-á necessária uma abordagem sobre a avaliação da competência vetorial de culicídeos na transmissão das Rickettsias (bactéria comum no carrapato) com base no ciclo biológico desses agentes.”

DICAS DA ZOONOSES

A Zoonoses da Regional Oeste de Belo Horizonte afirma que a prevenção contra qualquer inseto é evitar que ele se reproduza em locais propícios como, por exemplo, água parada. Segundo o órgão, a única forma de prevenir as doenças transmitidas por insetos é essa. Em caso de infecção no animal doméstico, ficar atento aos sintomas como anemia e perda de apetite, além de levar imediatamente para um veterinário. Não é possível transmitir a doença através do animal, somente através do inseto.

Há também outras maneiras de evitar que os insetos invadam suas casas:

1- Feche janelas no fim da tarde

Quando a temperatura começa a refrescar, os insetos, principalmente os pernilongos, invadem sua casa. Sem contar aqueles mosquitinhos que ficam voando ao redor das lâmpadas.

2- Não consuma alimentos no sofá ou na cama

Migalhas de alimentos são o ingrediente perfeito para atrair baratas e formigas. Evite comer no sofá ou na cama, prefira fazer isso na mesa ou na cozinha.

3- Não deixe a louça acumulada na pia

No verão, o ideal é lavar louça mais vezes ao dia. Se você deixar pratos, mesmo que sem migalhas de alimentos, estes ainda estão sujos e atraem baratas que vêm pelo ralo da pia. Adote a famosa medida “sujou, lavou”.

4- Mantenha o lixo do banheiro fechado

O lixo do banheiro, assim como o da cozinha, é outro espaço que atrai moscas e outros insetos. O ideal é que seja mantido sempre fechado e que o saco de lixo seja trocado todos os dias.

5- Jogue detergente ou água sanitária no box

O box do banheiro também atrai alguns insetos, principalmente as baratas e moscas. Adote o hábito diário de jogar um pouco de água sanitária ou detergente em todo o espaço, inclusive no ralo.

 

Jornal Daqui BH

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