Por Ney Felipe

 

Alegria, muitos brinquedos, expectativas lá no alto, vendas e muito mais, mês de outubro é motivo de esperança para comércio. Mas nem só grandes lojas e franquias lucram nessa data, produtos artesanais saem bastante nesta época.

Presentear a criança com brinquedos artesanais é uma opção agradável e divertida. Além disso, pode ser uma ótima oportunidade para economizar.

Belo Horizonte é conhecida, também, pelo seu artesanato (feira Hippie), e na regional Oeste e bairro Buritis não é diferente. Os moradores do local nem precisam procurar muito para comprar presentes exclusivos e feitos à mão.

 

Artesãos na Regional Oeste

Localizada na região oeste da capital, a Feira de Arte e Artesanato da Silva Lobo  é uma opção de lazer tradicional para os moradores de toda a cidade. Entre suas especialidades estão peças feitas à mão, comidas típicas, bebidas e programação artística.

A Feira foi criada por meio de licitação pública e funciona todos os sábados, de 10h às 16h, na avenida Silva Lobo (entre as ruas Coruripe e Canaan). Este mercado artesanal gera ocupação e renda aos expositores credenciados, ajudantes de produção, montadores de barracas e carregadores de produtos.

Nela, encontramos Erik Charles Salles, 34 anos, artesão. A história com o artesanato teve início quando estava desempregado. Na época, um amigo que mexia com brinquedos e estava com sérios problemas de saúde cedeu o espaço para que Erik passasse a ir na feira para ele.

Erick_Charles_Artesão

Erick Charles, Artesão(Foto: Site dia de Feira)

 

Aos poucos foi me ensinando a fazer esses brinquedos e, a partir daí, passei a fabricá-los. Infelizmente, esse amigo veio a falecer e estou continuando seu legado, diz Erik.

 

 

 

Erik tomou gosto pelo ofício e, desde então, não parou mais. Seus brinquedos inovadores surpreendem quem passeia pela Feira de Arte e Artesanato da av. Silva Lobo. Produzidos à mão e com base em técnicas da psicopedagogia, eles colocam a cabeça das crianças para funcionar sem deixar a diversão de lado.

No bairro Buritis, descobrimos o morador Francisco Pimentel. Ele é artesão, designer de interiores, cozinheiro, oficineiro de mosaicos. Quando perguntado sobre a influência do Dia das Crianças na profissão, respondeu:

“É uma excelente data para o comércio e principalmente os artesãos. Além de grandes eventos voltados para a criança, as vendas melhoram, e muito”.

Mesmo animado com a data, Francisco aponta contrapontos, como a dependência de eventos para que existam vendas e a forma como que são organizados quando intencionam o público infantil. Por isso, faz bastante propaganda de seus produtos independente da celebração.

Francisco Pimentel, artesão e cozinheiro. (Foto: Divulgação)

Francisco Pimentel, artesão e cozinheiro. (Foto: Divulgação)

 

 

“Os clientes fiéis sempre prestigiam, principalmente, o artesão da gastronomia, mas a internet ajuda”, diz Francisco.

 

 

 

 

Segundo Francisco, nessa época, os artesãos que trabalham com produtos voltados para crianças vendem bastante e os pais, também, ajudam na expansão de outros segmentos. Assim, novos clientes sempre aparecem.

Para Erik, o dia das crianças é uma bela data. Normalmente há um impulso bom nas vendas e os clientes vem da propaganda “boca-a-boca”. Assim, como acontece com todos nas feiras.

“Normalmente, aumenta a procura de brinquedos nessa data e no Natal. Os brinquedos que saem, variam de faixa etária. Geralmente, a busca por brinquedos para idades entre 7 e 10 anos cresce, por isso a gente faz um estoque destes modelos para essa data. Ainda assim, a procura é muito difusa e fica complicado dizer, especificamente, qual brinquedo sai mais”, conta Erik.

 

Dia das crianças aquece mercado e gera boas expectativas de negócio

Comerciantes e artesãos têm razão em ficar esperançosos neste mês, é o que mostra pesquisas feitas pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). Segundo a pesquisa, as vendas neste mês têm previsão de crescimento em torno de 1,44%.

A CDL/BH foi às ruas e constatou que os presentes de menor valor agregado serão os produtos que vão sair mais. Brinquedos como bonecas, carrinhos e as roupas serão os mais requisitados. Com respeito a quantidade, a pesquisa apontou que os consumidores comprarão no máximo dois presentes.

 

Mas a propaganda ainda é a alma do negócio

Apesar da pesquisa mostrar essa crescente, algumas pessoas não notam a diferença. Estarlin Peron, marceneiro, faz casinhas de madeira para crianças. O marceneiro conta que mesmo com o mês das crianças suas vendas não mudam e que seus lucros conseguem se manter de uma maneira estável.

“No fim do ano as vendas melhoram, mas não é assim como sempre falam. Por isso, trabalhamos por encomendas e procuramos sempre divulgar nosso trabalho na internet, além de contarmos com a propaganda ‘boca-a-boca’ de nossos clientes.

As redes sociais nos ajudam, e muito, na busca de novos clientes.  Fazemos a publicidade em bairros próximos e, com isso, ampliamos o leque de clientes diferentes. Para qualquer evento é sempre importante isso”, conta Estarlin.

O artesão Erik tem o relacionamento como atrativo para os clientes. O “bom trato” nas vendas faz com que seus clientes divulguem seu trabalho e sua barraca na feira, o que sempre traz novos interessados.

“O meu diferencial para atrair clientes é procurar saber que tipo de brinquedo atende cada criança, instruir os pais em como brincar com elas ou mesmo estudar e desenvolver brinquedos para ajudar crianças com deficiência. Afinal, tem muitos pais e professores que procuram brinquedos para trabalhar e desenvolver as crianças”, relata Erik.